NOTA BIOGRÁFICA DO ARTISTA

"A pintura de Tarciso Viriato é essencialmente urbana e de cores tropicais. Este é o primeiro impacto do fruidor ao olhar suas telas pela primeira vez. A Transvanguarda, movimento criado pelo crítico italiano Achile Bonito Oliva, parece encaixar-se nesse artista de Brasília, tornando sua linguagem contemporânea, mesmo que não tenha consciência disso. A Transvanguarda tem como objetivo unir o antigo ao novo, mas principalmente transgride pela explosiva gestualidade, alimentando-se tanto do expressionismo europeu quanto do grafismo, seja este tribal, como em Jean-Michel Basquiat, ou urbano, como vem ocorrendo nesta fase de Tarciso Viriato. A referência a Basquiat é intencional, pois Tarciso trabalha a tela como se fosse um muro de espaço urbano, grafitando em traço nervoso, unindo às cores fortes e quentes, como amarelo, vermelho etc. Cores solares, alegres, como são os graffiti em geral. A divisão espacial é também caótica, como se o artista não realizasse uma composição à maneira tradicional, mas ao contrário, propusesse outro plano espacial, espécie de anotação, de diário de bordo, escrito com a velocidade do graffiti, com a rapidez do tempo zero. A arte contemporânea vai sempre em busca de uma linguagem que lhe seja cúmplice. A Pop-Art trouxe para dentro das galerias e museus o folclore urbano das histórias em quadrinhos, out-doors, o dialeto da publicidade, enfim a linguagem jovem de uma sociedade de consumo na comunicação de massa. O graffiti é, por si só, transgressivo e contra-cultural. Nasceu dessa mesma sociedade de consumo e se apóia no idioma da comunicação de massa. O folclore urbano da Pop-Art também está presente nas telas desse Artista. A arte tradicional desgosta dessa forma de imagem, por fugir ao elitismo dos museus e das galerias de arte. Tarciso Viriato traz nesta mostra a mesma transgressão do traço do grafiteiro para o suporte da tela tradicional, criando, assim, novo diálogo entre a arte das ruas e dos salões. Sabemos que a linguagem tem seu sistema de regras, mas possui também expressividade. Nesse processo artístico de criar, ora o rigor das regras comanda o artista, ora a expressividade. A obra torna-se transgressora quando a expressão se sobrepõe aos conceitos rígidos do sistema. É o que vemos agora na obra de Tarciso, que usa até do traço geométrico para transgredir a composição da obra, ao mesmo tempo alimenta nossa emocionalidade com suas cores fortes e seu traço nervoso de grafiteiro poeta urbano." (ALBERTO BEUTTENMÜLLER, Associação Internacional de Críticos de Arte, junho 1998)

INTERNACIONAIS

1991	Eleven Artists from Brasília, ABA Gallery e Kaleidoscopes, Kavehaz The Gallery Café (ambas em Nova York/EUA)
1994	Galerie des Chevau-Légers, Versailles/França
1997	Scollay Square Gallery, Boston/EUA

PRÊMIOS

1991	Menção Honrosa no XIII Salão Riachuelo/DF
1993	Menções Honrosas na Exposição Noventa Horas de Pintura Contemporânea no Parkshopping, em Brasília e na I Bienal de Arte Incomun no MAC de Goiânia/GO
1994	Primeiro Lugar no Projeto 90 Horas de Pintura Contemporânea, em Brasília
1997	Primeiros Lugares no II SAP do Iate Clube de Brasília e no I Salão Nacional de Pintura Contemporânea/SP